Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa é um dos títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história, o culto a Nossa Senhora das Dores tem sua origem no século XIII (1221) no Mosteiro de Schönau situado no Sacro Império Romano Germânico (onde hoje se encontra parte da Alemanha), mas a festa em louvor a Nossa Senhora das Dores começou também no século XIII (1239) na cidade de Florença (atual Itália) por meio da Ordem dos Servos de Maria. No Brasil a devoção a Nossa Senhora das Dores começou no século XVIII em Minas Geral trazido pela forte imigração portuguesa que chegou à região mineradora, dessa forma foi em Vila Rica (atual Ouro Preto) que se tem notícia da primeira Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Calvário que em 1768 obteve sua Carta de Confirmação do Prior Geral.
A devoção a Nossa Senhora das Dores também está na origem do município de Espírito Santo do Pinhal, pois, em 1849, Romualdo de Souza Brito a doar as terras que deram origem à cidade o fez ao Patrimônio do Espírito Santo e Nossa Senhora das Dores, provavelmente essa devoção está ligada ao grande contingente de mineiros que migraram para nossa região após a decadência econômica da região mineradora. Esta Capela de Nossa Senhora das Dores se localiza onde era uma das fazendas (Fazenda Santa Maria) que pertenceu ao Barão de Motta de Paes (José Ribeiro da Motta Paes) que a adquiriu no dia 20/9/1899 dos irmãos Fonseca Telles.
Com a morte do Barão de Motta Paes em 1915 a fazenda passou a pertencer a sua neta Zuleika, casada com Manoel Joaquim Gonçalves Junior, que por sua vez a permutou em 1924 com o seu cunhado Antonio Araújo Novaes (daí o apelido da fazenda ser Novaesinho) casado com Iria da Motta e Silva Novaes. (Tanto Zuleika quanto Iria eram netas do Barão de Motta Paes) Após o falecimento de Iria da Motta e Silva Novaes a fazenda foi herdada por sua filha Liliana e seu marido Virgilio Carvalho Pinto que em 1970 onde era a fazenda começaram um loteamento que deu origem ao Jardim do Lago, assim, da fazenda restaram a casa sede que pertence a Maria Cecília e seu marido Afrânio Coutinho e a Capelinha de Nossa Senhora das Dores que se tornou com o passar do tempo um patrimônio no imaginário social da comunidade de Espírito Santo do Pinhal.
Na década de 1920 que Antonio Araújo Novaes e sua esposa Iria da Motta e Silva construíram a casa sede da fazenda em estilo português cujo projeto era do arquiteto Luis Ignácio Romeiro Anhaia Melo com a assessoria do construtor Giovane César Turbiani, sendo assim, como a capela matem o mesmo estilo da casa sede da fazenda considera-se que a Capela de Nossa Senhora das Dores seja projeto dos mesmos construtores. Portanto, a história da Capela esta vinculada à história do Barão de Motta Paes e de seus descendentes diretos pelo fato de que foram os seus herdeiros que a construíram, tendo em vista que o Barão já havia falecido no período da execução do projeto, mas o que existe de significativo nesta Capela, além de representar mais um marco da Devoção Mariana em Espírito Santo do Pinhal, uma característica da religiosidade pinhalense, é o fato de que no imaginário popular a capela é conhecida como “a capelinha do barão”. Temos alguns indícios que corroboram a tese que as capelas tanto da Santa Maria e quanto a Palmeiras sejam frutos do mesmo contexto cultural da família Mota Paes.
Professora Valéria Aparecida Rocha Torres
Doutorado em Ciência da Religião ( PUC-SP).
Mestrado em História UNICAMP.
Graduação em História UNICAMP.
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